domingo, setembro 16, 2007

Envelhecente

Esta semana me toquei que estou a uns 2 meses de fazer 25 anos. Eu sempre achei que isso não fosse me afetar... mas acho que já falhei em tentar passar batido por isso.

Na verdade não é o "estar velho" que eu temo. É alguma coisa mais parecida com a perda da adolescência. Em resumo... eu tenho um certo desconforto em me tornar adulto. Nada melhor para explicar essa sensação do que contar uma história...

Ontem eu fui em uma balada que gosto (chamada FunHouse, é um lugar meio desconhecido, eu sei...) e conversei com uma mina de 20 anos. Fora o susto inicial de que as pessoas de 87 já estão na segunda faculdade, foi uma conversa bastante divertida...

Foi engraçado porque, na maior parte da conversa, eu me lembrava de mim mesmo com 20 anos. Muito mais inocente, muito menos experiente. Minha visão não tinha a amplitude que tem hoje. Eu fiz coisas (bah, coisas legais, não fiz besteira nenhuma... talvez uma ou outra...) que se contasse a meu eu de 20 anos, ele teria dificuldades para acreditar, que ele mesmo faria isso num espaço de tempo tão curto!

E eu preciso dizer que foram 5 anos incríveis! E não me arrependo de nada! Faria tudo de novo, do mesmo jeito! Até porque, sem ter vivido a situação antes, não teria como tomar decisões diferentes... hahaha! Aprendi muito... tanto com os acertos quanto com os erros. Acho que começo a ter a "visão além do alcance", que eu tanto admiro em pessoas mais velhas (aquelas que estão lá pelos 50 anos): a capacidade de ver que alguma coisa não se encaixa, o instinto de auto-defesa, a habilidade de enxergar motivos e razões em ações, que a própria pessoa que age não viu em si mesma.

É claro que todo esse "aprendizado" não vem sem cicatrizes. E algumas delas são bem profundas, e algumas feridas ainda latejam de vez em quando.

Eu assisti ontem (sim, foi uma noite cheia! hahaha) O Senhor dos Anéis, O Retorno do Rei. Talvez não seja tão nítido pra quem apenas viu os filmes, mas quando os quatro Hobbits saem do Shire (condado) eles são apenas garotos. Mas depois de tudo que enfrentam, das batalhas que travam, do sofrimento que assistem, das cicatrizes, das aventuras... eles são homens quando retornam.

E é exatamente essa a sensação que tenho... a de que minhas aventuras (e porque não minhas desventuras também) transformaram-me em um homem. E acho que minha recusa não é em envelhecer, é em tornar-me homem, no sentido de perder a habilidade de garoto de buscar a aventura, de se jogar de cabeça sem medo. Acho que ainda conservo esse sentimento. Mas sinto que a luta por ele tem que ser constante!

Felipe Dex: acho que isso foi uma boa prévia do meu post de aniversário! hahaha

Felipe Dex 2: "... a menos que o coração / que o coração sustente / a juventude, que nunca morrerá ..."