sábado, fevereiro 22, 2003

Sábado de Sol Nonsense

Hoje... vai saber porque cargas d'água consegui me animar a sair de casa cedo... lá pra uma e meia da tarde... ainda tinha esperança de que ia conseguir pegar a minha roupa na lavanderia (tá lá há 2 semanas!!!), mas já estava fechada quando cheguei lá. Daí... como já estava na rua, e tinha um sol fresco, resolvi ir ao supermercado.

Eu costumo ir no final da tarde de domingo ou no sábado à noite. Os supermercados aqui perto costumam estar vazios nesses horários... sei lá porque... talvez só loucos façam compras nesse horário... e por isso os supermercados estão vazios.

Bom... então estava eu tranqüilamente comprando as porcarias de sempre (é frustante, num belo dia, reparar que você só compra porcarias no supermercado. É mais frustante quando o que você compra no supermercado é nada menos que a BASE da sua alimentação.), e resolvo me dirigir ao caixa para pagar. Vejo então o tamanho das filas.

Inicialmente não acreditei... achei q as pessoas, loucas, tinham se aglomerado em uma fila só. Ledo engano.. perdi muito tempo naquela maldita fila.

Por que as pessoas freqüentam supermercados à uma da tarde do sábado? É minha única curiosidade. Olha assim.. rotina de sábado do que eu acho que é uma vida normal (não que eu tenha uma...)
- Acordar as 10 horas.
- Café da manhã
- Ir passear no parque, ao clube, ou outro daqueles programas que pais fazem com filhos pela manhã
- Ao meio-dia, almoçar
- Soneca vespertina
- Programas normais de sábado à noite.
- Dormir

Acabo de descobrir que não sei o que é normal.. isso é bem ruim...
Mas isso traz outra pergunta... será que existe um normal, comum a todos, ou será que existe um conceito individual de normal, que não é nada mais do que uma projeção do que achamos ser normal (baseados na vida de nossos pais, talvez)?
Eu acredito na segunda... mas acho que esse texto todo é só porque eu não queria pegar fila no supermercado!!!

terça-feira, fevereiro 11, 2003

Deserto

Olho em volta e tudo é amarelo. Olho para cima e vejo apenas um azul infinito, sem nuvens. O sol agride meus olhos e minha alma. Os grãos de areia penetram cada poro do meu corpo, e, em torno deles, nos mesmos poros, ficam presas salgadas gotas de suor. Meus pés descalços afundam na areia, e queimam, e ardem. Não há como me livrar da dor. Nem do calor insuportável. Nem do líquido salgado que escorre pela minha face. Nem da secura em meus lábios. Nem da ânsia em minha garganta. Nem das tremedeiras em minhas mãos.

Quanto tempo posso viver assim? Talvez o suficiente para ver o pôr do sol, para sentir a areia finalmente fria e confortável para meus pés sofridos.

Mas a esperança é falsa. A noite não traz a água para matar minha sede. E o frio que com ela vem também queima meus pés e minha pele. O suor que molha minhas rotas vestes e antes me abafava, agora me transforma em gelo. Minha respiração é dolorida e ofegante. Apenas sei que meu nariz existe porque posso tocá-lo em meu ombro. Nem meus dedos têm sensação mais.

Mas a pior dor não é física. A morde me ronda. Posso vê-la olhando pra mim e afiando seu cajado. E ela afia apenas a ponta, pois é com ela que vai me rasgar: a dor é maior assim.

Olho para a esquerda e vejo o sol nascer. Cubro meus olhos e me jogo de joelhos no chão. Tremo de medo. Vou ser queimado por suas chamas dantescas novamente. Olho para a morte. Ela guarda seu amolador. Ergue seu cajado e encara-me. Ela então sorri. Um sorriso frio e cortante. Malicioso. Áspero.

Sorrio de volta pra ela. E ela recua ao notar minha felicidade. Meus olhos duvidam de seu recuo. Ela duvida de si mesma. Uma lágrima rola de seu olho negro. E outra. E mais uma ainda. A quarta atinge minha testa. E elas não param de cair. E são doces as lágrimas da morte. E apagam minhas queimaduras. E trazem de volta meu nariz. E molham minha boca. E me dão forças para levantar. E me levanto. Olho para a morte. Faço um sinal de agradecimento e reverência com a cabeça. Ela suspira, olha nos meus olhos, e olha para baixo, triste. Ela se ajoelha e põe a face entre as mãos. E chora.

Eu me viro para o leste, onde ainda nasce o sol. Jogo-me de joelhos no chão e choro. Choro porque, assim como a morte, tenho pena e compaixão por aquele que jaz na areia, com um braço ainda estendido, apontando para uma miragem.

domingo, fevereiro 09, 2003

Uma mistura of Songs

Eu tentei escrever um pedaço de cada música que passou por minha cabeça nesse fim de semana. Não consegui harmonizar tudo.. eram muitas, não consigo lembrar agora do pedaço certo de cada uma. Minha cabeça e meu coração se confundem e brigam pelo poder da minha consciência.

"Aquieta-te cérebro. Os problemas do coração tu não podes resolver. Tentas medir racionalmente coisas que só podem ser sentidas. Tentar achar padrões e regras onde tudo que existe são sentimentos, sensações a almas. Limita-te ao campo criado por ti: a ciência. Lá tens lugar, e lá és louvado. Mas aqui.... aqui de nada vales."

"Fica em teu lugar, bombeador de sangue. Sou eu o responsável por essa máquina toda. Eu comando e resolvo tudo. Eu dou voz a visões. Eu enxergo caminhos. Eu crio luz onde há escuridão. Eu crio máquinas. Eu crio culturas. O que crias tu, órgão impertinente."

"Crias tudo isso, muito bem. Mas se não há amor, as máquinas viram armas, as visões viram terror, a luz incendeia, as culturas criam inimigos e os destroem. Sem minha intervenção, tudo que crias se perde. E quem és tu sem o sangue que bombeio?"

"Mas, mas, eu sou o mestre. Eu sou a razão. Eu sou a lógica. A imaginação..."

"Mas eu sou o sentimento. Não podemos andar separados. Só te peço uma coisa: deixa-me resolver isso..."

"Vá então... tira me dessa escuridão..."

Reflexões de Sábado à Noite
(Saturday Night Mirroring)

Pessoa: Tava meio desbotado mesmo
Felipe Dex: O que tava meio desbotado???
Pessoa: o texto
Felipe Dex: como assim??? do meu blog??? aaaaaaaaaaaaaa hauhauhauhauaua
Pessoa: eh ta faltando cor la, vc nao acha nao?
Felipe Dex: tipo um toque feminino????
Pessoa: hauahuahuahua
Felipe Dex: mas tem a cor certa... olha assim... chama Friday Night Adventures... Pensa em fim de balada de sexta à noite... que é quando todas as lições são aprendidas... num tem essa cor???
Pessoa: ah fe, so umas musicas roxas ahuhau com o título rosa
Felipe Dex: huahauhahauha tah falando preu por isso?????? ahuahauhauhah calma...... eh uma balada hetero!!!! hauhau
Pessoa: pra mim nao tem essa cor sexta naum, essa cor é de sabado, qd o tel nao toca depois da sxta uhauhauha
Felipe Dex: num eh cor de sexta..... eh cor de FIM DE BALADA!!!! tipo..... chegar em casa as 5 da manhã..... meio tonto ainda... tomar uma água, beliscar alguma coisa, deitar na cama, se cobrir, olhar para o teto e refletir sobre o que aconteceu...... num tem essa cor?
Pessoa: vc faz isso? eu juro q eu nao penso, eu so deito e apago auhua
Felipe Dex: depende do grau alcoolico.... mas eu tento fazer..... sempre..... :-)
Felipe Dex: sua bebada!!! hauhauhauhauhauahuhauhau
Pessoa: e vc eh um tonto sentimental q fica refletindo de madrugada uhauhu
Felipe Dex: huahuahuahuahua talvez......
Pessoa: mas ainda nao concordo com a cor...

In My Place
(A Rush of Blood to the Head - Coldplay)

In my place, in my place
Were lines that I couldn't change
I was lost, oh yeah

I was lost, I was lost
Crossed lines I shouldn't have crossed
I was lost, oh yeah

And yeah
How long must you wait for it?
Yeah, how long must you pay for it?
Yeah, how long must you wait for it?
For it

I was scared, I was scared
Tired and under prepared
But I'll wait for it

And if you go, if you go
And leave me down here on my own
Then I'll wait for you, yeah

And yeah
How long must you wait for it?
Yeah, how long must you pay for it?
Yeah, how long must you wait for it?

Singing please, please, please
Come back and sing to me, to me, me
Come on and sing it out, now, now
Come on and sing it out to me, me
Come back and sing

In my place, in my place
Were lines that I couldn't change
And I was lost, oh yeah
Oh yeah

The Scientist
(A Rush of Blood to the Head - Coldplay)

Come up to meet you, tell you I'm sorry
You don't know how lovely you are
I had to find you, tell you I need you
Tell you I set you apart
Tell me your secrets, and ask me your questions
Oh let's go back to the start
Running in circles, coming up tails
Heads on a science apart

Nobody said it was easy
Oh it's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said that it would be this hard
Oh take me back to the start

I was just guessing at numbers and figures
Pulling the puzzles apart
Questions of science, science and progress
Do not speak as loud as my heart
Tell me you love me, come back and haunt me
Oh and I rush to the start
Running in circles, chasing our tails
Coming back as we are

Nobody said it was easy
Oh it's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
I'm going back to the start

Oh ooh ooh ooh ooh ooh (x4)