quinta-feira, setembro 18, 2008

Imagem do Ano

Felipe Dex: se as coisas estivessem um pouco mais fáceis ainda estariam longe de perder a graça.


quarta-feira, setembro 17, 2008

O Mundo Mudou?

Seis (talvez sete) bilhões de pessoas andam por aí... a maioria delas sem saber exatamente sequer o que era a Bear Stearns, ou a Lehman Brothers, ou a Merryl Lynch. Ou ainda, que raios é um hedge fund? O que é essa indústria de Crédito, Investimentos, Fusões e Aquisições? E por que deveriam se preocupar com isso?

Infelizmente nosso sistema educacional (e não me refiro só ao brasileiro) acha que é mais importante que nossas crianças aprendam que nosso coração tem quatro cavidades ou que a aceleração da gravidade é 10m/s² do que sobre o Sistema Financeiro, este sim, um dos grandes (senão o maior) pilares do Capitalismo Contemporâneo.

O sistema econômico em que você vive é tão importante quanto a comida que você come. Na verdade, ele é a comida que você come. É ele que diz quanto você vale e quanto sua comida vale. É o sistema econômico que cria a cadeia de valores monetários que sustenta uma sociedade. Qualquer historiador concordará comigo que não há Cultura sem Economia ou Economia sem Cultura.

Os chamados Bancos de Investimento (juntamente com os Hedge Funds - termo que me nego a traduzir) são os centros de tecnologia de ponta do nosso Capitalismo Financeiro. São como Caravelas em 1500 ou o Projeto Manhattam em 1945. Eles estruturam, compram e vendem e fornecem liquidez a milhares de tipos de ativos e derivativos. Possibilitam e facilitam grandes transações entre empresas e investidores ao redor do mundo. Permitem que produtores agrícolas do mundo inteiro se protejam de oscilações nos preços daquilo que plantam. E permitem que a precificação disso tudo seja razoavelmente eficiente.

Pois bem. Na década de 90 os Bancos de Investimento viviam de corretagem, uma pequena percentagem do volume negociado por seus clientes, e de negócios em finanças corporativas (emissões, fusões, aquisições). Como manda a bíblia, eles cresceram e se multiplicaram. Criaram grandes estruturas de análise, tanto de ativos/derivativos quanto de deals. Neste ramo da economia só há um ativo primordial: informação. Então quando digo "estruturas de análise" leia "equipes de analistas". E analistas, ao contrário de peões de fábrica, não são baratos.

Crescer não é problema. Multiplicar é. Com o tempo, o aumento da competição no setor levou à uma queda das margens. Focadas em lucro, estas instituições abriram seu leque de atuação, indo rumo a Private Equity (investimentos em empresas não listadas em bolsa) e Crédito. E, talvez seja da natureza humana: períodos de crescimento e otimismo prolongado relaxam os controles de risco, inclusive os de crédito.

No início de 2007 já se falava da bolha imobiliária nos Estados Unidos, do quanto os consumidores estadunidenses estavam alavancados e de quão caras estavam ficando as commodities. Lentamente, estruturas de crédito consideradas seguras começaram a falhar. Em abril ou maio dois fundos de crédito da Bear Sterns quebraram. A partir daquele ponto, era possível enxergar as nuvens negras no horizonte. Muitos enxergaram chuvas ou tempestades. Acho que ninguém enxergou o furacão.

Hoje já é possível enxergar algumas coisas com maior clareza. A primeira delas é que os fornecedores de crédito levarão tempo considerável para avaliar suas perdas e recuperar seus balanços. Há pouquíssimo crédito no mundo. Estamos falando de anos, não de meses.

Achar que uma crise financeira deste tamanho não afetará a economia real é apenas wishful thinking. O mundo inteiro pode estar à beira de uma depressão. Mas não é só isso...

Estamos presenciando um evento que talvez ocorra a cada 500 anos: a derrocada de um importante pilar do sistema econômico dominante. Vi no jornal hoje um artigo comparando a queda de Lehman e Merryl com a queda das torres gêmeas em 2001, e acho que a comparação é adequada.

Não sei se por acaso ou não, mas outros paradigmas de poder econômico e organização social emergem nesse exato instante. Estou sim falando de Rússia e China.

Um historiador famoso disse que é muito difícil aos olhos contemporâneos enxergar as grandes mudanças históricas, que normalmente só são vistas claramente depois de 50 ou 100 anos. É possível sentir que os ventos da mudança sopram. É muito difícil saber para que lado eles apontam.

Felipe Dex: impatiente makes fools of us all. O fio que segurava a Espada de Dâmocles se partiu.

domingo, agosto 31, 2008

Infecção no Marketing Viral

Ontem eu fui em uma famosa balada eletrônica em São Paulo, chamada D-EDGE. Gosto bastante de lá, apesar de sentir saudades de quando ia lá 4 ou 5 anos atrás, tenho a impressão de que o público e a música eram melhores. Mas não é sobre isso que eu quero falar.

Logo que se entrava, à direita, havia um simulador de corrida de Fórmula 1: um cockpit vermelho com o equivalente a 3 telas de computador. Tinha volante e tudo. No alto, o logo da Marlboro.

Como sou meio game-maníaco, fui perguntar como fazia pra jogar. O cara no balcão perguntou: "Você fuma?". Respondi que não. "O jogo é apenas para fumantes." Dei de ombros e fui curtir a balada.

Na balada estava com um velho amigo, e comentei com ele, que o Marketing Viral da Marlboro era perfeito. Na minha opinião, pessoas inseguras começam a fumar para se sentirem parte do grupo. E o conceito foi muito bem aplicado ali: se você fuma, pode jogar, você é parte do clube! Se você não fuma, está fora. Realmente achei uma bela campanha (não, não vai me fazer fumar!)!

No caminho para a saída, dou uma nova olhada no estande (era efetivamente um estande). E reparo uma coisa: havia um daqueles logos que o Ministério da Saúde obriga as companhias a colocarem em suas propagandas. A regulamentação deve dizer que a propaganda contra o cigarro deve estar em proporção, pois devia ter o tamanho de um papel A3, era bem visível. E era o aviso de que o cigarro causa impotência. Só mais um problema: quando se olhava, o aviso sobre impotência ficava bem acima da cabeça do cara que estava jogando.

Vamos rever algumas coisas:
1. O cara que está sentado no cockpit jogando fuma (é um pré-requisito para jogar)!
2. O cigarro causa impotência (e há um grande lembrete exatamente sobre a cabeça dele)!
3. O cara está num joguinho, em vez de procurar mulheres na balada!

Tirem suas próprias conclusões!!! É o Marketing Viral mais queima-filme de todos os tempos!

Felipe Dex: depois de ter bebido alguma coisa (lógico), e ao ter essa epifania, não resisti e comentei com uma das garotas-propaganda (que estava num macacão da Marlboro). Ela começou a rir muito, e imediatamente contou pro cara do lado dela.... também num macacão! Agora vamos ver quanto tempo dura esse viral.....

domingo, agosto 17, 2008

Uma Teoria da Conspiração

Estava eu, em meu sofá, assistindo um filme ruim na TNT e lendo o jornal de hoje (na internet, acho melhor do que comprar o em papel), quando dou de cara com essas duas noticias:

Funcionário de Embaixada do Vietnã seqüestrado no Rio escapa de cativeiro
Funcionário de embaixada sofre seqüestro no Rio

Vou resumir a historia que li antes de chegar nas minhas conclusões conspiratórias: um alto membro do consulado do Vietnã no Rio de Janeiro foi sequestrado por traficantes. Os traficantes usavam mascaras "ninjas" e insígnias da Policia Civil. O sequestrado estava com seu pai e irmão no carro, mas apenas ele foi levado, na manha do dia 16 de agosto. O cativeiro ficava em um morro, no meio da favela. No dia seguinte, antes do anoitecer, ele havia escapado e estava em um hotel. A policia não disse como ele escapou, mas disse que ele escapou, não que foi resgatado!

Agora, você pode acreditar em uma das versões abaixo:

1. O traficante que guardava o cativeiro bebeu um pouquinho a mais do que devia, esqueceu o cativeiro aberto e foi curtir uma balada no baile funk mais próximo. Numa cena típica de uma comédia, o vietnamita disse: "ola? tem alguém ai?". Ninguém respondeu e ele saiu correndo.

2. Depois de uma reunião "rápida", e alguma pressão psicológica, entre o vietnamita e alguns chefões do CV, nosso amigo ganhou uma "carona pra casa".

3. No melhor estilo 007 (assobie a musica enquanto ), Vu Than Nam usa o filamento de uma das lâmpadas para destrancar a porta. Ele encaixa os cacos de vidro entre os dedos e derruba o primeiro traficante com um soco no pescoço, deixando uma grande poça de sangue no chão. Tomando a arma dele, com 4 tiros e uma voadora, ele derruba e mata os 5 outros traficantes, que nem vêem o que esta ocorrendo. Ele pega um dos carros do local, e dirige para sua salvação debaixo de uma chuva de balas de fuzil.

Apesar de, do ponto de vista estético, minha favorita ser a terceira, a que me parece estar mais próxima da realidade e a segunda. Mas, em vez de focar em todo o folclore, fiquei me perguntando o que isso significa. Rufem os tambores, meu palpite (e teoria da conspiração) esta no paragrafo abaixo:

O Sr. Vu Than Nam eh um "hardcore commie" (assistam Dr. StrangeLove!), e o Vietnã esta vendendo armas para os traficantes brasileiros! E olha que eu ate tinha alguma simpatia pelo pais.

Felipe Dex: ou eu sou um maluco que fica tentando enxergar conspiracoes ou eu realmente consegui pegar um vietnamita de calcas curtas.

quinta-feira, julho 24, 2008

Língua de Fora

Recentemente me caiu a ficha que já faz mais de um ano que minhas férias se foram. Minha produtividade caiu a níveis alarmantes (até o blog ficou largado!). Todas as manhãs tenho lutado pra me arrastar pra fora da cama, mesmo depois de ficar apagado a noite inteira.

Um ano pode parecer pouco tempo pra já se sentir destruído, mas porque você está pensando em 8 horas por dia. Tente 10-12 horas/dia... com erro sempre para cima (você nunca vai sair em 8, mas pode sair em 15, ou como aconteceu: 33!). Adicione um fim de semana inteiro (12 horas/dia) e mais pedaços de muitos outros!

É... o texto parece trágico, e eu odeio fazer papel de vítima. Então vou partir dessa narrativa melosa para mostrar algo que está me ajudando a... relaxar... admito que há um certo grau de sadismo envolvido no processo, mas enfim, fiquei meio viciado nesse joguinho:

http://clickjogos.uol.com.br/Jogos-online/Esportes/5-Finger-Fillet/

Àqueles que quiserem tentar, consegui 47 facadas certeiras (admito que esse resultado é um pouco trapaceado), jogando seriamente algo como 18. Muito bom!

Felipe Dex: também consegui zero! O jogo pergunta: "Você é cego?" Eu respondo: "Ah! Mas eu acertei todos!!! Não errei nenhum!"

domingo, junho 15, 2008

Ironias de um Sábado à Tarde

Esse post começa de um jeito não usual: dá até a impressão de que este blog é um diário (e não é! não se engane!)... mas foi preciso contar a historinha!

Mais ou menos uma vez por mês, sempre no sábado, eu preciso cortar o cabelo. Corto num lugar razoavelmente perto de casa, uns 20 minutos andando. Como sempre saio de casa em cima da hora, pego 1 ônibus (e ando 1 ponto) ou o metrô (e ando uma estação). Tem um caixa eletrônico no caminho, que normalmente me salva em emergências...

Normalmente... não foi o caso deste sábado. Saí de casa com R$ 2,00 na carteira (não, não dá pra usar transporte público em São Paulo com isso!). O tal caixa eletrônico estava sem dinheiro. Andei até um mais distante, o que me fez chegar atrasado... mas esse não é o ponto! Saquei o dinheiro... a menor nota: R$ 20!

Andei até o ponto. Entrei no ônibus. O cobrador não tinha troco, então não paguei pela viagem.

Felipe Dex: precisei mostrar que tinha dinheiro para não pagar nada! O mundo é muito nonsense!

sexta-feira, maio 30, 2008

Frase do dia

Ouvida de um taxista, no caminho pro trabalho: "Esse país é bom mesmo! Há 500 anos sendo roubado e ainda assim funciona razoavelmente bem!"

Felipe Dex: a vida como ela é...

domingo, maio 25, 2008

Rise Lord Malthus!

Por toda parte, em todo o mundo, preços estão subindo. Petróleo, grãos, metais. Não é a primeira vez que isso acontece na história. Muitos já gritam a pulmões cheios que os mais pobres são os mais prejudicados pelo movimento, com a comida mais cara.

Pelo que ando lendo, movimentos nos preços de commodities tendem a acontecer ciclicamente. Cada ciclo leva décadas, e finda com uma grande correção dos preços, uma mudança de patamar.

Thomas Malthus é famoso pelo principio de que a população cresce exponencialmente enquanto a produção de alimentos cresce aritimeticamente. Como texto completo, ele argumentava que, uma vez que os meios de produção progridem, permitindo mais alimentos, a população cresce, uma vez que os indivíduos percebem mais alimento disponível.

Aparentemente esta tem sido a tendência pelo menos do sistema capitalista nos últimos séculos. Mas há de se perguntar (e pergunto quanto sou influenciado pelo momento ao dizer isso) se existe um limite de população que o planeta é capaz de suportar.

Pela primeira vez, os aumentos de preço não estão criando aumentos na oferta (o petróleo é o caso mais claro disso). Os estoques de grãos (sei que isso é verdade para o trigo) estão em seus menores níveis históricos (medidos em dias). Podemos estar a um passo de um colapso sistêmico.

Felipe Dex: espero que possamos eliminar as possibilidades mais obscuras. Se Malthus estava certo, tudo vai se normalizar em poucos meses ou anos (menos o petróleo).

quarta-feira, maio 07, 2008

Eu tenho coisas sérias guardadas para postar, mas...

Eu estou com dois títulos gravados nos rascunhos, de posts que precisam ser escritos (faço isso pra não esquecer o que quero escrever). Mas esse post é totalmente fútil, porque a vida não é feita só de coisas sérias!

Costumo seguir uma quase filosofia de vida: "agregue psicodelia à sua vida clicando nos links bizarros que aparecem na homepage do seu provedor de internet". O meu é o UOL. Bem... eu não acredito em astrologia, mas fiquei curioso com o link Astrologia: Saiba que presente agrada a mãe de cada signo. Como sou de escorpião, fui direto nesse signo... e dei de cara com o seguinte texto (sic!):

Escorpião - Roupa íntima, óculos escuros, livros e objetos tratando de ocultismo, mistério, psicologia, ufologia, almoço ou jantar em restaurante exótico.

Infelizmente tenho a capacidade de formar rapidamente imagens mentais. E essa não foi nada agradável...

Felipe Dex: minha mãe é de Câncer... senão ganharia um espartilho e uma cópia do Necromicon!!!

segunda-feira, maio 05, 2008

Profetas do Desciclopédia?

Quem já deu umas navegadas pelo desciclopédia e viu a definição de Brasil cruzou com esse mapa aqui. Quem não se desligou do mundo no feriado viu essa notícia aqui!

Piadas à parte, desde criança vi muitos mapas mudarem, quem cresceu comigo lembra da época pós queda da URSS, onde aparecia um país novo quase que a cada semana. Hoje em dia ainda, países dos Balcãs andam se despedaçando.

Mas nunca imaginei que um país da América do Sul fosse se partir em 2. E na minha cabeça a maior chance (mas ainda igual a zero) era que o sul do Brasil se separasse...

Deve ser horrível ver um governo ameaçando destruir tudo que você e seus antepassados construíram.

Felipe Dex: será que Santa Cruz vai pedir para ser anexada ao Brasil??? :)

sábado, maio 03, 2008

Verdadeiro e Original

Nunca estive na Suíça. Nunca vi de perto o sol se pondo nos Alpes. Nem comprei chocolates em Genebra.

Também nunca me deitei ao sol numa de suas praias e tomei uma gelada água de coco para me refrescar. Mas meus problemas acabaram. E os seus também! Num supermercado perto da sua casa você pode encontrar o verdadeiro sabor do coco suíço!

Felipe Dex: fico pensando o que passou pela cabeça do cara que lançou um bolo sabor coco com o "verdadeiro e original sabor da Suíça"...

quarta-feira, abril 30, 2008

E O BRASIL VIRA INVESTMENT GRADE!!!!

Numa tarde de uma semi-sexta-feira, às 16 horas, o nosso amado país vira Investment Grade!!!!
Agora (16:46) a bolsa já está subindo 6,25%, na tela da bloomberg, na minha esquerda. A curva de juros futura está derretendo (Jan/12 fechando 0,26% a.a.).

Felipe Dex: com certeza um momento histórico!

sábado, abril 26, 2008

Histórias Imortais

Muitos filmes, piadas, livros e afins (jogos de computador, por exemplo) estão condenados à época em que foram feitos. As piadas, conflitos e personagens perdem sua graça e sua cor. Mas alguns autores (e atores) conseguem superar barreiras do tempo e criar histórias que ou são atemporais ou são imortais, por serem um retrato muito nítido da época em que foram feitas (ou os dois).

Ao ler o parágrafo acima, sei que muitos vão pensar nos grandes clássicos. E pensar neles não é errado. Afinal de contas... se não fossem imortais, não seriam "os grandes clássicos". Dom Casmurro, Vidas Secas, 1984, Neuromancer (eu poderia escrever um post inteiro com nomes de clássicos, mas nem eu nem quem lê teria saco).

Mas as histórias rotuladas de clássicos pelos auto-denominados intelectuais não são as únicas imortais. O Pop produz histórias e filmes dos quais nunca enjoamos, e eu que nem casado sou me pego falando "quando tiver um filho, ele vai ter que ver esse filme".

Esse post não é sobre os grandes clássicos dos intelectuais. É sobre os grandes clássicos Pop, por assim dizer. Vou jogar dois exemplos que são imortais (não só para mim), mas que são deixados de lado pelos olhos limitados dos tais intelectuais.

De Volta Para o Futuro
Acho que não preciso falar sobre a história. O filme retrata com uma perfeição impressionante a mente dos anos 80. E eu digo a mente (e não os anos 80), porque ele mostra como as pessoas viam o futuro e o passado. A imaginação das pessoas é capaz de mostrar como elas são de maneira bem mais nítida do que as roupas que elas vestem.

Starcraft
Desse aqui talvez você nunca tenha ouvido falar. Não é um filme nem um livro: é um jogo de computador (intelectuais, tremei!). Foi aclamado como um dos melhores ou o melhor jogo de estratégia em tempo real. Futurista, com uma história envolvente e um modo de jogo muito bom. O jogo foi lançado em 98, mas até hoje é muito jogado. (Veja você mesmo na Wikipedia)

Felipe Dex: tente sempre ver o mundo com seus próprios olhos!

domingo, abril 13, 2008

Escolha um Pacote

Em alguma conversa sobre relacionamentos em um passado próximo (talvez ano passado), cheguei à conclusão que escolher como será seu relacionamento com uma pessoa não é diferente de escolher um pacote de TV a Cabo. Pode parecer uma idéia estranha à primeira vista... mas pare um pouco e acompanhe meu raciocínio (esta discussão não envolve pacotes de amizade... acho que devem existir, mas nunca parei pra pensar muito bem a respeito). Os pacotes são válidos para os dois lados do relacionamento (normalmente, 1 homem e 1 mulher, não tenho experiência própria nos outros casos, mas é possível que também seja válido).

Pacote Ficante
Esse é o pacote mais básico. Basicamente, você pode dar uns "pegas" na contraparte, se os dois estiverem afim. Você não precisa ouvir reclamações, discutir o relacionamento ("que relacionamento?") ou correr para ajudar a pessoa na hora em que ela estiver mal porque brigou com o chefe. Também pode dar bolo, não atender o telefone, não retornar a ligação, e até ficar com outra pessoa na frente dela (pode não funcionar se você, por exemplo, ficar com uma amiga da sua ficante, mas isso é caso a caso). Intessante notar que não há requisitos quanto à freqüência com que você fica com a pessoa, pode ser uma vez por ano e tudo funcionar bem. Aqui, não existe começo ou fim do relacionamento: não existe um relacionamento!

Pacote Rolo
Aqui as coisas são um pouco mais sérias, e já podem ocorrer DRs (Discussões de Relacionamento). Já existem limitações com relação à freqüência (o consenso aponta para pelo menos 1 vez a cada duas semanas). É esperado que você ligue "só pra dizer um 'oi'". Você já pode ser instado a fornecer um ombro no caso de alguma tensão surgir na contraparte. Apesar de poder deixar de atender o telefone, isso pode causar algum estresse, e é recomendado que você retorne ligações perdidas. Bolos não são aceitos, e podem significar o fim do relacionamento. Também se recomenda que você não fique com outras pessoas na frente de seu rolo, e evite dar em cima das amigas dela (com possíveis conseqüências desastrosas!). Aqui já existe um relacionamento, então você não pode 'sumir', é necessário um encerramento formal, na maioria dos casos.

Pacote Namoro
O namoro é o mais alto estágio de um relacionamento (pelo menos antes de as pessoas resolverem casar, mas, como é visível no post anterior, eu ainda não estou muito disposto a pensar nisso). Aqui existe uma condição que, pelo menos para mim, é inviolável: exclusividade. Você é obrigado a atender todas as ligações, ou retorná-las o mais rápido possível. É recomendável que você decore pelo menos um dos números de telefone da pessoa. A contraparte normalmente é informada de compromissos em que não está envolvida, e, em casos específicos, tem direito de veto. Viagens e afins devem ser planejadas em conjunto.
Ao menos um telefonena diário é recomendado. Além disso, ambas as partes conhecem bem o dia-a-dia do outro, o que faz com que consigam detectar distorções e incoerências rapidamente. Você também deve não só dar apoio e colo nas horas difíceis, mas estar ao lado da contraparte. A família da contraparte sabe que você existe (nos outros casos isso é totalmente facultativo) e, mais cedo ou mais tarde, vai querer conhecê-lo.

Eu não tive a mais completa paciência para caracterizar os detalhes de todos os pacotes. Mas tenho algumas ressalvas importantes, que vão ajudar você, confuso leitor, a expandir as diretrizes:
- Muitas pessoas podem achar que estão namorando em rolos prolongados, por isso, pelo menos creio eu, a oficialização do namoro é importante. Na verdade, na minha cabeça, só é namoro de ambas as partes tiveram uma discussão sobre isso e optaram conscientemente por tal pacote. Uma confusão de papéis pode levar um relacionamento à ruína.
- Pense antes de agir, em todos os casos. Por exemplo: 'rolos' não podem fazer surpresas. Você pode aparecer com flores e vinho na casa de sua paquera e descobrir que ela está com outro. Em um namoro as surpresas são desejáveis, para impedir que o relacionamento vire uma rotina longa e insuportável.

Este texto, especialmente a parte do namoro, pode parecer um pouco assustador, porque foca nas obrigações. Mas pense que a outra pessoa tem as mesmas obrigações. Além disso, os benefícios (carinho, aconchego, amar e ser amado, qualidade do sexo, etc.) compensam todos esses custos (se não compensarem, talvez você deva repensar o que está fazendo).

Tenho um caso prático interessante, onde não estou envolvido: a uma amiga minha foi feita a seguinte oferta: "Vamos ser fiéis um ao outro (exclusividade), mas não vamos namorar, pode ser?"
Apesar de ainda não estar familiarizada com a teoria dos pacotes, minha amiga tomou a decisão certa: disse não. Mas vamos entender por quê essa foi a decisão correta:
A oferta consistia, basicamente de um Pacote Rolo, mas ele tinha um preço maior, que já envolvia coisas só previstas no Pacote Namoro. A conclusão é simples: os benefícios eram muito poucos pelo custo que se estava pagando. Você compraria um Palio por R$ 75.000? Claro que não. (Se você tem dúvidas quanto à resposta correta, procure livros de auto-ajuda. Tópico: 'Auto-Estima').

Felipe Dex: Não tenha dúvidas: o mundo não é apenas um zoológico, mas também uma selva. É importante ter um bom mapa se você quiser chegar a algum lugar.

sábado, abril 05, 2008

Eu tinha dúvidas... mas já sei o que fazer!

Vale visitar: www.desencannes.com.br

Felipe Dex: talvez eu ande numa época pouco romântica.... mas desde que vi essa imagem não paro de rir dela! Vou mudar de assunto... ficando com coceira já...

segunda-feira, março 31, 2008

Jogue o Bush do Trem II

Na metade do mês eu escrevi um texto sobre a seqüência de filmes sobre morte de presidentes, coincidindo "estranhamente" com a consistente baixa popularidade do governo de George W. Bush.

Eu lembrei de uma coisa depois (e demorei uns dias pra postar aqui): o filme que foi feito ao final da "Era Clinton", quando a popularidade do presidente estava em alta, foi Airforce One.

Pra quem não se lembra, no filme, que tem Harrison Ford fazendo o papel de presidente, faz-se de tudo para impedir a morte do líder dos EUA. Um dos pilotos de caça perde a vida jogando seu jato contra um míssel que ia em direção ao avião do presidente.

Felipe Dex: é.... os tempos mudam... se a sua popularidade cair a zero, será que você pode tomar o cafézinho da Casa Branca com tranqüilidade?

quinta-feira, março 27, 2008

E o Urso Vai para o Saco

Pra quem anda acompanhando notícias da crise que anda assolando os Estados Unidos (e conseqüentemente o mundo), viu, semana passada (ou na outra, não me lembro agora) um evento raro: a quebra de um grande banco de investimentos, no caso, a Bear Sterns.

Não houve uma quebra efetiva, já que a Bear foi comprada pelo JP Morgan. Mas tal compra só ocorreu com incentivos do Fed, para eclipsar uma possível corrida bancária que se formava. A ação da Bear chegou a valer US$ 170 poucos meses atrás. A compra do JP Morgan sairá, provavelmente, por US$ 10/ação. Na verdade a primeira oferta era de US$ 2,5/ação, o que resultava num valor menor do que o da sede da Bear (que era efetivamente da companhia), um prédio em Manhatan avaliado em US$ 1,2 bi!!!!

Vou lembrá-los de que era uma empresa com rating A, que equivalia a uma chance quase nula de quebra. Na história dos ratings (coisa que já tem lá seus 100 anos), menos de 15 empresas com Investment Grade (nota > BBB+) quebraram!!!

Para os desafetos do mercado de capitais (habitantes do financial cavern), são 3 os pilares da quebra de um hedge fund, mas acho que se aplicam a um banco de investimentos também: Tamanho, Liquidez e Alavancagem. A Bear Sterns tinha uma posição em hipotecas de alto risco (o tal do sub-prime) de bilhões de dólares, com uma alavancagem de 42 vezes. Depois de agosto do ano passado, quando a maré recuou, a Liquidez desses papéis se foi (não há compradores para esses títulos, apenas vendedores, os preços desabaram para zero ou uma porcentagem ridícula de seus valores originais).

No mundo pós-agosto, a Bear satisfez todas as 3 condições: tornou-se uma bomba-relógio. Quebrou junta com seu primo de posições, o tal hedge fund do Carlyle Group (quebra inclusive que causou US$ 2 bi de prejuízo à Bear Sterns).

Lembre-se disso: Tamanho x Alavancagem x Iliquidez = CABUM! (efetivamente se fala blow-up quando um hedge fund quebra da maneira como a Bear quebrou)

Felipe Dex: inteligência é a capacidade de aprender com os erros dos outros! E aquele que não conhece a História está condenado a repetí-la!

sábado, março 15, 2008

Quem sou eu?

Por muito tempo eu acreditei que eu mudava pouco, e o que realmente mudava era a maneira como eu via o mundo. À primeira vista é uma idéia fácil de comprar, mas pense um pouco mais e verá que não é tão simples assim.

Eu estava errado. A música mudou e mudei meus passos, sem mesmo perceber. É divertido voltar atrás e perceber quantos "eus" já existiram.

Felipão era como meu pai costumava me chamar. Era apenas um garoto de 4, 5, 6 e por fim 7 anos. Era travesso e entendia pouco do mundo, por que também conhecia muito pouco. Tinha uma cadela chamada Sweety, ajudava seu pai a limpar a piscina, na casa em Neverland que lhe parecia gigantesca. Aprendeu a ler, escrever, jogar xadrez e andar de bicicleta. Acho que de todas as minhas personalidades foi a que teve o fim mais trágico: perdeu seu pai. A violência desse evento fez com que meu cérebro entrasse em curto à medida que o mundo que eu conhecia desmoronava (minha mãe teve que dar a Sweety, que se tornou violenta por causa da morte do meu pai): fiquei 6 meses sem emitir uma única palavra. Também não tenho memórias desses 6 meses. Felipão morreu, junto com seu pai.

Mas Felipe nasceu, aos meus 8 ou 9, anos de idade. Ele morava em Ituiutaba, com a mãe e a irmã. Adorava andar de bicicleta, e a pequena cidade lhe dava muita liberdade. Morava em um apartamento médio, fazia aulas de inglês. Ele acreditava em Deus, possuía uma fé verdadeira. Tinha saudades de ser o Felipão, mas algo lhe dizia que não era possível. Da mesma forma que o Felipão tinha muitos amigos. Acordava com um rádio relógio. Perdeu sozinho seu medo de escuro da maneira mais difícil: trancando-se num quarto sem luz. Gostava de ficar horas olhando para o horizonte, brincando com sua mente.
Ele se mudou com sua família para Neverland, pouco depois de roubarem sua bicicleta. Apesar de que, aos desavisados, parecia um regresso, algo dentro dele lhe dizia que não era, era uma cidade nova. Evidência disso é que ele optou (ao ser perguntado por sua mãe) por uma nova escola, e não por aquela em que o Felipão estudara.
Ele fez novos amigos, mas algo lhe dizia que nos olhos deles não ardia a mesma chama que queimava nos seus: a vontade de entender e o desejo de aventura. Ele se sentia perdido...

Com catorze anos voltei a conviver com os amigos do Felipão, convívio intensificado aos 15. São esses meus amigos que sempre compartilharam minha vontade de sonhar, e meu desejo de aventura. Foi desse convívio que nasceu Wild Ace, que no começo ainda tinha um pouco do Felipe, mas isso foi se perdendo. Ele foi apelidado de Frango por seus amigos. Mas a chama que nele brilhava logo fez com que muitos o chamassem de Frangão. Ele ganhou uma nova bicicleta. Um cachorro muito inteligente, chamado Sammy. Viveu novas aventuras. Novos sonhos. E ele correu atrás deles!!!
Seus sonhos o inscreveram na FUVEST, e o trouxeram para São Paulo. Assim que chegou, ele sabia que não seria mais o mesmo.

Agora já no território da Dexlândia, tornou-se, com a indenpendência dela, Felipe Dex. E este não tem mais medos, talvez dúvidas sobre o futuro. O desejo de aventura arde em seus olhos numa intensidade nunca vista antes, por nenhuma das personalidades. Ele é livre.
Não tem medo de dizer sim ao que quer, nem não ao que não quer. Ele é o primeiro que percebe quantos Felipes já existiram, e que ele não é nenhum dos antigos.
Chamei minha própria vida de Friday Night Adventures. Sou mais apaixonado pela vida, mais brincalhão, mais seguro.

Tenho a certeza de que sou imortal. Consigo conquistar mentes e corações. Nas horas vagas, comando a poderosa nação da Dexlândia. (O título de poderosa foi atribuído por um grande amigo meu!).

Felipe Dex: e ainda carrego um pouco de cada um dos meus velhos "eus" comigo. Foi o Wild Ace que aprendeu a programar e deixou as costeletas crescerem. Era o Felipe que tinha a paixão pela velocidade e a bicicleta. E Felipão era quem inventava super-heróis, estações espaciais e guerras fantásticas.
Este texto foi originalmente escrito no dia 10/abr/06, às 2:34 da manhã, em um caderno vermelho. E publicado hoje!

sexta-feira, março 14, 2008

Mais um novo layout

De tempos em tempos é bom mudar! E depois que descobri que o blogger nem suportava mais direito meu template (acredite, um dos maiores POGs que eu já fiz na vida...) eu resolvi me adaptar a um novo mundo.

Agora é tudo redondinho, moderninho e metro-sexual (argh!)!!!! Eu conservei um pedaço da tosquera (aqueles títulos zuados que eu fiz no paint - é um dia eu aprendo a mexer no photoshop...), pra colocar aquela personalidade, no melhor clima de "tô feio, mas tô quentinho".

Deve ser a quinta mudança de layout desse blog... como diria Barão Vermelho: "ô idade dá um tempo". Lembro os desavisados que eu escrevo essa joça desde 2002!

Felipe Dex: Vou ficar com saudade de ter 3 colunas (corpo no centro e mais uma de cada lado). Aparentemente eu sou a única pessoa que teve essa idéia e não achou ridícula!

Jogue o Bush do Trem!

Há algum tempo atrás li alguém (no caso o Scott Adams), por ocasião de a popularidade do presidente Bush estar muito baixa, brincar com o que ocorre quando esse indicador vai a zero: você ainda pode confiar no cafezinho da Casa Branca? Brincadeiras à parte, em um espaço de um mês, dois filmes foram lançados com o mesmo tema: o assassinato do presidente dos EUA.

O primeiro (que eu já assisti e recomendo) é mais cauteloso no título em inglês (Death of a President) e bem menos politicamente correto no em português (A Morte de George W. Bush)! O filme é genial, feito como se fosse um documentário real, feito algum tempo depois do assassinato do Bushinho... Ele mostra com grande genialidade um "processo de gestão" onde se procura os culpados e se pune os inocentes (bodes expiatórios, no caso...).

O segundo (Ponto de Vista) eu não vi, mas pelo que li (5 min atrás no site do UOL) começa a história com um cover-ass tão gigante que nem dá vontade de ver: o presidente se chama Ashton, mas é morto fazendo um discurso pela Guerra ao Terrorismo. Ou usa a p*&@(! da história real ou não usa.... fazer indiretas diretas é uma das coisas mais ridículas de quem se tem notícia!

Fiz esse gigante comentário sobre filmes só para concluir isso: você sabe que não gostam de você quando começam a fazer muitas perguntas sobre como serão as coisas quando você se for!

Felipe Dex: o pior desses filmes é que eles inviabilizam as tentativas de assassinato! Eliminam possibilidades da lista! Droga!

sábado, fevereiro 23, 2008

Terceira Guerra?

Depois de todas as palhaçadas de destruição de satélites (deve ter um faça você mesmo!), a independência unilateral de Kosovo deixa, em seu rastro, um grande abismo diplomático. A notícia que me preocupou foi o anúcio russo de que eles poderiam intervir militarmente se Kosovo continuasse com a palhaçada... admito que são dias tensos.

Lembro ao leitor desavisado que a Primeira Grande Guerra começou nos Balcãns, que nada mais é do que um barril de pólvora étnico, no meio de uma galera armada até os dentes (no caso, OTAN e Rússia). Vendo assim parece que pouca coisa mudou por lá nos últimos 100 anos.

Antes que alguém reclame da ONU, com a Rússia de um lado e os EUA do outro, o Conselho de Segurança está de mãos atadas. Eu não me lembro de ter ouvido alguma manifestação da China. França e Inglaterra (os outros caras com poder de veto) são pró-indenpendência, mas não é como se isso adiantasse...

A ONU, ano a ano, me parece estar se afogando em sua própria burocracia... um penúltimo resquício da Guerra Fria (tem a OTAN também!!!), talvez destinado a naufragar no vazio. Vai saber como essas coisas viveram tão mais tempo que o Muro...

Em notícias paralelas, no meio da manifestação que queimou a embaixada dos EUA, estavam hasteadas, lado a lado, as bandeiras de Rússia e Brasil, países que não reconheceram a independência de Kosovo. Depois do susto a explicação: o Brasil ficou no vácuo, esperando uma decisão da ONU, e não reconheceu Kosovo como um novo Estado. Bom... pelo menos isso deve me ajudar a fazer amizades na minha planejada viagem ao Leste Europeu...

Felipe Dex: você sabe que o mundo tá cagado quando o Brasil aparece na foto como sendo um país sério, e sugere que os outros países façam a coisa certa...