segunda-feira, março 27, 2006

Plano perfeito...

Foi até o SP Market (acreditem em mim, é muito longe... nem sei se ainda é São Paulo... hahaha) assistir a "O plano perfeito". Eu esperava que fosse apenas um filme sobre um roubo a um banco... bom... ele é tudo, menos isso.

O filme discute vários temas atuais, outros atuais desde 1945, de uma maneira chocante, e fácil de não perceber... a montagem é muito inteligente, pois tudo flui como mais uma parte da história... impressionante.

Eu o colocaria, em termos de denúncia, ao lado de Syriana. É incrível como Hollywood (ou pelo menos parte dela) se empenhou, de repente, a fazer filmes de denúncia, ainda que disfarçados de filmes de ação comuns.

Só me falta ver Crash. Que foi muito recomendado... não pelo Oscar, é claro, que está entre as coisas mais odiosas da face da Terra...

Esses filmes falam muito comigo... infelizmente, eu já sou alguém atento às coisas retratadas (não que eu me ache melhor que ninguém por isso... mmmm.... talvez eu me ache sim... talvez!). Realmente me pergunto se eles falam com quem é importante, ou seja, o estadunidense médio (infelizmente, são eles que votam no Bush).

Assustou-me um pouco o fato de várias pessoas saírem de Syriana sem entender nada. Isso me faz crer que poucos entenderam o paralelo traçado por Spike Lee aos "bem servidos" prisioneiros de Guantánamo...

Que, no fim das contas, pode ser o motivo de Cuba ainda ser comunista... onde mais os yankees poderiam colocar um campo de concentração?


Felipe Dex: não me vem outra frase na cabeça que não "tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos"... sad but true...

quarta-feira, março 22, 2006

Jornada

Normalmente só escrevo poesias quando estou triste, então resolvi mudar um pouco de figura. Pensei um pouco e consegui escrever esta. Sei que tem rimas, mas gostei mais assim, porque ela é levemente épica:

Jornada

Parte o viajante.
Teme por seu futuro.
A falta de teto e muro,
Espelham em seu semblante.

Certeza não tem nenhuma,
Mas vontade não lhe falta!
É ao alto da torre mais alta
Que sua visão se acostuma!

E os obstáculos não são poucos...
Pelo caminho há lobos,
Famintos e nada bobos.
Pela estrada vê homens, já mortos ou loucos!

O sangue escorre por sua espada,
E o suor por seu rosto.
Sem jamais perder o gosto,
Segue ávido em sua jornada.

Felipe Dex: just to celebrate.

A decisão tomada!

Foi difícil. Como eu havia falado antes, a decisão mais difícil de minha vida, a mais importante. Ela dita uma nova era. Uma era de grande prosperidade.

O risco é grande. Mas é uma nova visão. Um novo rumo. Um novo caminho. A Dexlândia caminha para se tornar uma grande potência.

Não vejo saída a não ser citar minha poesia favorita. A única que sei de cor:

Mar Salgado (Fernando Pessoa)

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Felipe Dex: é difícil adicionar conteúdo a essa poesia, mas tenho certeza de que estou fazendo a melhor coisa pra mim. E garantindo que minha morte não será por arrependimento!

domingo, março 19, 2006

CrossRoads II: O Retorno de Jedi

Apesar de todo o básico sobre prós e contras estar no post anterior, ainda havia muito o que pensar... eu tinha feito vista grossa à maior das mudanças potenciais.

Até hoje fui apenas um empregado. Uma engrenagem. Numa visão mais humanista, eu era um pedaço do sonho de alguém. Para ir para esse novo emprego, tenho que saber que não estou mais no sonho de outrem, terá que ser o meu sonho também.

E é isso que tenho que me perguntar: o sonho daqueles das 4 letras na sigla são compatíveis com o meu sonho? Eu posso adotar e sonhar o sonho deles???

Eu acho que sim! E acho que por maiores que sejam os riscos, sou simplesmente jovem demais para não corrê-los...

Felipe Dex: ready to live the dream!

sábado, março 18, 2006

CrossRoads

Talvez seja a milésima vez que eu digo isso, mas estou diante da decisão mais difícil da minha vida. Concordo que poderia discutir o crescente aumento marginal da complexidade da vida, um tema talvez mais profundo, mas meu foco agora é o micro, não o macro, por assim dizer... palavras de administrador...

Ainda não há uma oferta oficial, preciso falar com outras duas pessoas, mas não acho que possa ir absurdamente mal numa entrevista a ponto de fazer meu background ruir. Basicamente, fui convidado a estar na outra ponta do sistema capitalista... fui convidado a ser um capitalista, ainda que com uma porcentagem muito pequena (mas possivelmente crescente).

Como até os leitores ocasionais devem saber, trabalho na empresa A, que é grande e bem estruturada. Gosto do que faço e, apesar de me sentir numa repartição pública eventualmente (tomara que não seja processado por isso... é preconceito, eu sei, mas não encontro outra forma de me expressar), existem boas possibilidades de crescimento e, acredito eu, não é difícil que me paguem metade de um MBA lá fora em 2 ou 3 anos. Tenho direito a um bônus, e meu salário está razoável, regulado pela CLT. Só o plano de saúde que é bem meia-boca... hahaha

Aceitando a proposta, deixo de receber salário e passo a receber pró-labore. Deixo de vender meu tempo e meu trabalho para outrem e passo a reter alguma mais-valia, pouco no início, mas mais no longo prazo.

Mas, com sempre prego, sem risco, não há retorno. E os riscos não são pequenos. Em dois anos posso estar na grande estrada dourada rumo ao mundo dos sonhos, mas posso também estar reescrevendo meu currículo, para vender novamente minha alma para as grandes corporações.

Mas não só de bens tangíveis vive o capitalismo. Mesmo a um custo financeiro alto, tenho certeza de que aprenderei muito mais nesses 2 anos tomando o risco do que ficando onde estou. Aprenderei mais e mais rápido. Terei uma experiência de vida, não apenas de trabalho. Minha mãe me criou repetindo exaustivamente algumas frases, entre elas está "conhecimento é a única coisa que ninguém pode tirar de você, meu filho." Não tenho muitas dúvidas de que ela está certa.

Fico tentanto projetar o pior dos cenários (é sempre bom tentar descobrir quão fundo é o poço). O pior de todos seria, daqui 2 anos, voltar a uma grande empresa, exatamente no ponto em que estou agora. Sei que 2 anos são muito tempo. Mas será que tanto assim? Se eu tivesse feito, por exemplo, 2 anos de cursinho, estaria onde estou agora daqui a 2 anos. Não me pareceria uma situação ruim, no fim das contas...

A outra coisa que passa em minha mente é: suponha que não vá. Fico onde estou. Vou crescendo na empresa A. Em 3 anos vou fazer um MBA no exterior, 2 anos. Volto num bom cargo, ganhando bem, digamos, mais 3 anos. O que vou sentir vontade de fazer em seguida? Casar e ter filhos??? Talvez... mas uma coisa é certa, vou estar procurando uma oportunidade exatamente como a que tenho diante de mim agora. E agora não tenho sequer namorada, muito menos mulher e filhos... tenho algum dinheiro guardado. Não muito, mas suficiente pra me dar uma margem de segurança.

Nunca ouvir nenhuma história de sucesso que contenha "tive uma grande oportunidade e joguei fora, mas depois deu tudo certo...". Do meu ponto de vista cético, "tudo dá certo no final" não passa de "história pra boi dormir", pra citar minha mãe mais uma vez. Sem risco não há retorno, e só se vê adesivos "Jesus Salva" em carros velhos e requebrados.

Minha conclusão não pode ser outra, que não, ao menos, tentar. No fim das contas, quando eu bater nos 50 anos, 2 anos serão apenas 4% da minha vida, ainda que agora sejam quase 10%!

Felipe Dex: Os ventos sopram a favor... mesmo com a bússola desregulada, sinto que é a hora de abrir as velas e içar âncora. Pode ser que não atinja o porto que vejo em meu mapa, mas quem sabe que tesouros posso encontrar?

domingo, março 12, 2006

Tudo pelo American Way of Life(?)

Fui assistir Syriana, e preciso dizer que superou bastante minhas expectativas. O filme nada mais é que uma grande denúncia dos bastidores da indústria do petróleo. A trama é muito bem montada, os personagens são bons e complexos, os conceitos não são explicados no filme (você sai sem aquela sensação de "pensam que sou idiota" do cinema).

O estado psicológico ao fim do filme é de intenso desânimo, no entanto. De perda de fé na humanidade, de falta de esperança para um povo abandonado e amaldiçoado por dormir em cima de um monte de ouro negro.

Todos deviam assistir... infelizmente, acho que só vão assistir e entender aqueles pra quem a história não precisa ser contada... coisas da vida.

Felipe Dex: ao final do filme, comparem o dano feito pelo jovem e desesperançoso garoto (um dos personagens principais do filme) com o estrago feito pela CIA (uma das últimas cenas do filme). É desesperador.

Mais um novo Layout...

Hoje eu estava conversando com uns amigos, e descobri que refaço meu layout uma vez por ano, em média (quatro anos de blog, quatro layouts diferentes). É um pouco menos, porque o FNA faz anos em agosto... mas enfim...

O novo layout possui figuras, formas arredondadas, e é bem mais clean. Como eu havia falado que ia fazer, na direita, onde diz "A Dex Story", há links para os posts relacionados ao evento citado (se houver algum...).

Também coloquei os Previous Posts, no canto, lá embaixo. Na época que comecei o blog isso nem existia... Devia haver algum que trouxesse posts aleatórios, para cobrir os mais antigos.... :)

No fundo, a mudança de layout reflete um pouco do que mudou em mim, estou menos sombrio, mais amigável, e encarando o mundo mais de frente... espero que vocês gostem!

Felipe Dex: novo layout, para novos tempos!

terça-feira, março 07, 2006

Idealização e Espera

Lembro-me que no começo da adolescência (talvez até mesmo no meio, e no final...) eu me apegava a sentimentos, positivos é claro, e o próprio apego que tinha por eles os alimentava, de modo que o sentimento podia perdurar, e me atormentar, por bastante tempo. É claro que eu entendia que o que estava acontecendo era exatamente o contrário: achava que eu estava atormentado pois o sentimento não se desfazia.

Gostaria de citar o caso ilustrativo de um gestor de Hedge Funds, que mantém, há mais de um ano (possivelmente mais de 1 ano e meio), uma posição que será vencedora se a empresa X for comprada por outra qualquer, o que ele acha que vai acontecer a qualquer momento. Ele carregou essa posição em tormentas e tempestades, e por vezes sofreu grandes perdas por causa dela. Não, a história não tem final feliz, ele ainda carrega a posição, esperando que um raio caia em sua cabeça, como eu costumo brincar.

Acho que a situação é bem semelhante a uma paixão platônica: depois de já ter investido muito tempo e esforço naquilo, você tem a certeza de que tudo terminará bem, e a seu favor. Você corre, então, o risco de alimentar um sentimento, seja ele paixão ou esperança, de que vai dar tudo certo. Você não deixa aquilo que sente se esvair. Sem cuidado, a paixão se transforma em obsessão.

Foi engraçada uma constatação recente de que, uma paixonite minha, que podia ter facilmente trilhado esse triste caminho, se desfez em pouco tempo, quando não foi mais alimentada. Não que o sentimento não possa voltar, mas por enquanto ele se foi...

Gostaria de ter tido essa serenidade há mais tempo... teria me poupado várias roubadas e apuros...

Felipe Dex: como eu sempre digo, as pessoas (inclusive eu) dificilmente mudam, mas, com tempo suficiente, mudam sua maneira de ver e sentir o mundo...

quinta-feira, março 02, 2006

Carnaval em... bem...

Eu posso ter dito que, até me mudar pra Sampa e fundar a Dexlândia, morei em Neverland... mas isso oculta 3 anos da minha vida... anos em que morei em uma cidade menor ainda... com cerca de 100 mil habitantes...

Foi lá que passei os últimos 3 carnavais também (os números coincidem... mas eu acredito em coincidências)... Estar lá mexe comigo de alguma forma... apesar de estar restrita dos 8 aos 11 anos, foi uma época muito rica da minha vida... cheia de experiências, amigos, passeios e liberdade.

Mudamos para lá quando meu pai morreu... ou, um ano depois que ele morreu... era para todos nós uma época de recomeçar de novo... novo colégio, novos amigos, novo espaço, novas aventuras...

Uma época em que eu ia andando para a escola todas as manhãs... sozinho. E mais tarde com meus amigos (Diogo, Rodrigo e Raul)... íamos nos encontrando no caminho até chegar ao colégio. E em que fazia trilhas de bicicleta no Parque do Goiabal (não ia dizer o nome... mas vi que já escrevi em outro post...).

Sem contar o nosso Clube... montado num teatro abandonado... E também meu último amor de infância... cujo nome não vale a pena mencionar... mas que como todos os amores, tem seu canto em meu coração... Morava com a avó... numa casa grande, perto do Tiro de Guerra...

Boas e velhas lembraças... são as pequenas coisas que importam de verdade...

Felipe Dex: meu passado está crescendo rápido e ficando tumultuado... argh!