quinta-feira, agosto 21, 2003

Marx: O Grande Problema da Mais-Valia

Ah... aulas de sociologia... esse espaço de tempo em que você entende e discute os caminhos já trilhados e os rumos da Sociedade. Muito bom!!! Pra aula que tive hoje, o professor pediu uma leitura de um dos capítulos de "O Capital", em específico o capítulo em que Marx define a Mais-Valia.

A partir das conclusões desse capítulo, Marx formula sua teoria de contradição eterna do Capitalismo, e condena o Sistema ao Caos, desordem e, em seguida, um novo e belo mundo Socialista. Para Marx, o Capital (possuído pelo Capitalista) é, nada mais nada menos do que "trabalho acumulado". E pior, trabalho dos outros acumulado. Segundo Marx, o Capitalista, esse porco imundo (acho que Marx não usou essa expressão, mas seus seguidores a usam muuuuuuito!!! hahhaa), paga aos que trabalham para ele um valor inferior ao que realmente agregam ao produto final, ficando com um pouco de seu trabalho acumulado, a tal da mais valia...

No entanto, Marx considera que apenas o trabalho produtivo (entenda-se como: só o cara que fia o fio - ele dá esse exemplo no livro dele) agrega valor ao produto. Segundo Marx, o trabalho do Capitalista não agrega valor algum ao produto, porque tudo que ele oferece são as máquinas, mas a depreciação delas é incluída no valor gerado. O capitalista então é apenas um grande usurpador (POR FAVOR, NÃO PAREM DE LER AQUI!!! AGORA VEM A PARTE MAIS INTERESSANTE!!!) (SE VOCÊ VIU O AVISO ANTERIOR E ACHA QUE PODE COMEÇAR DAKI, E NUNCA OVIU FALAR DE MARX, VOLTE JAH PRO COMEÇO!!!).

É parte da minha filosofia de vida que, para se analisar o que alguém diz, o melhor meio, é partir dos pressupostos de que a própria pessoa partiu. Na verdade, é um exercício interessante de se fazer até com o que você mesmo prega, muitas vezes está partindo de um pressuposto pesado, e não percebe.... enfim..... vamos voltar ao que interessa.....

Marx parte de 2 pressupostos:

A) O capitalista não trabalha ou seu trabalho não adiciona valor.
B) A estrutura oferecida pelo capitalista (a empresa) não agrega nenhum valor ao produto que não a depreciação das máquinas.

Como diria Jack, o Capitalista, vamos por partes...

A) Muita gente acha que o cara que tá lá de terno, no ar condicionado, em frente ao computador e com pinta de sabichão não faz nada. Isso não é verdade. O futuro da empresa não está nas mãos do carinha que fabrica o produto, está nas mãos do carinha de terno. Ele toma as decisões. Ele contrata os carinhas que acha que vão trabalhar nas máquinas com qualidade, ele decide o quanto vender, e a que preço (acreditem, tem gente criando modelos pra isso todo dia... nenhum é perfeito), decide como conseguir financiamento, até que preço (taxa de juros) esse financiamento vale a pena, como reduzir os custos, quanto vale a pena trocar as máquinas....

Se ele não faz isso sozinho, é ele quem escolhe a equipe que vai fazer, sem nunca tirar o bedelho. E se a empresa quebrar, enquanto os operários perdem a renda, ele não só perde a renda, mas tbm perde tudo que tem. Basta pensar: se isso não agregasse valor não exitiriam tantos administradores de empresa ganhando bem por aí.

B) A estrura empresarial, corporativa, agrega SIM valor. Sinergia. Imagine assim: pegue 7.000 pessoas, cada uma na sua casa, e veja quantos carros elas conseguem produzir por ano. Talvez um 5 por pessoa, com sorte, se eles forem muito bons. Pegue os mesmo 7.000 carinhas. Coloque numa fábrica de automóveis. Os caras são capazes de produzir 1 milhão ou mais de carros em um ano, com grande qualidade, e de manutenção bem mais simples, já que as peças são intercambiáveis.

Partindo desses 2 pontos, vemos que a Mais-Valia é, na verdade, uma remuneração à estrura da empresa e ao trabalho de decisão do administrador. Ela não é uma aberração, é tão simples quanto o salário do trabalhador ou a depreciação das máquinas...

Felipe Dex: perguntando-se quantas pessoas no mundo realmente sabem o que está escrito no livro "O Capital"... (pretendo lê-lo, mas antes quero ler "A Riqueza das Nações", do Adam Smith.)

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