sexta-feira, agosto 26, 2005

Fazendo as malas

Hoje tomei uma das decisões mais duras da minha vida, não figura entre as mais difíceis, no entanto. Recebi meu compravante de pagamento de salário (meu primeiro salário que não é uma bolsa auxílio). A primeira coisa que percebi é algo que eu já devia ter visto há algum tempo: meu salário é muito baixo. Acho que foi mais chocante porque eu esperava que o líquido fosse um pouco maior.

Daquele valor líquido, subtraí meus custos fixos, que são nada mais que o conforto mínimo que tenho. Cheguei à chamada renda discricionária. Meus olhos saltaram. "É pouco." Na verdade, minha renda impede até mesmo que eu almoce com o pessoal da minha área. Imagine ser convidado para almoçar todo dia e dizer não simplesmente porque você não tem como pagar. A constante sensação de estar se privando de algo.

Não que eu queira ganhar muito. Queria apenas manter o que tenho... as baladas, que nem são tantas, uma ou outra ida a um barzinho, comprar umas roupas, uns cds, mas não dá.

O pior de tudo: metade do meu salário é paga como "Gratificação". Assim me pagam metade do FGTS que deviam.

Tive uma sensação nojenta que estava pedindo aquele emprego, trabalhando de favor. Senti-me diminuído, injustiçado... humilhado. Eu não fui indicado por ninguém, tive que dar um duro danado pra chegar onde cheguei. Dou tudo de mim no trabalho, pra ser tratado assim? Não que isso seja culpa da minha chefe (de quem eu gosto muito), muito menos do pessoal da área. É simplesmente a política de uma empresa sem respeito por seus funcionários, destinada à eterna mediocridade!

Felipe Dex: ainda não sei que trem pegar, mas já estou olhando os horários das passagens.

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